"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." (Paulo Freire)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Encerramento

     Queridos alunos, chegamos ao fim de mais um ano letivo! Como passou rápido, não é mesmo? 

     Tivemos muitos bons momentos! Lembro as pequenas peças teatrais que vocês produziram e encenaram, as apresentações da Feira Interdisciplinar, os seminários... Mas eu nunca me esquecerei mesmo dos momentos vividos no dia-a-dia de nossas aulas: as explicações de matérias novas, sempre muito sérias; os textos lidos e compartilhados em voz alta; as broncas por causa das brincadeiras nas horas mais inadequadas; os sermões depois das notas baixas; os "causos" contados para todos; meus "micos" narrados sem nenhuma vergonha (vergonha pra que se estávamos entre amigos, né?); as "pérolas" do Caio, do Gabriel M. ou do Andrew; as declarações de amor do João Victor e do Matheus; as piadas com a 801; as contações de histórias (quase) intermináveis com a 802; as fofocas com a 803... Nossa! Tanta coisa! Tantos momentos inesquecíveis!

     Não quero fazer deste texto um artigo de despedida. Não estamos nos despedindo, só estamos nos separando por um breve período. No ano que vem, estaremos juntos novamente. Não mais em sala de aula, mas em todo o colégio. Espero poder contar sempre com a amizade e com a confiança de todos vocês! Podem contar comigo! ; )

     Feliz Natal! Feliz ano novo! Aproveitem bastante as férias!

     Beijos da professora que ama muito vocês,
     
   

domingo, 25 de novembro de 2012

Você sabe quem foi Augusto Spinelli?

     Augusto Spinelli nasceu no dia 24 de janeiro de 1892, em Nova Friburgo. Seus pais eram Luiz Spinelli e Marieta Zuanazzi Spinelli. Logo cedo, assumiu a direção das firmas Spinelli com eficiência e dinamismo. Mais tarde, criou a Transportadora Spinelli. Por muitos anos, foi presidente da Associação Comercial de Nova Friburgo, trabalhando pelas classes conservadoras. Lutou, com o então prefeito, César Guinle, para a instalação da Fundação Getúlio Vargas, no Edifício da Cascata. Eleito vereador pela UDN, representou, no Legislativo, as classes conservadoras.
     Ajudou na fundação da Empresa Telefônica de Nova Friburgo, onde exerceu o cargo de tesoureiro durante muitos anos. Em 1925, organizou uma caravana automobilística, que demonstrou a necessidade da ligação de Friburgo-Niterói. É preciso destacar ainda sua atuação na constituição de uma empresa de transporte coletivo, a Viação Friburguense, da qual foi, por muito tempo, presidente.
     Em uma de suas frequentes viagens, seu carro chocou-se contra um caminhão. Spinelli sofreu graves lesões, com fraturas internas. Depois de um longo período de tratamento e de repouso, descobriu-se um hematoma cerebral, que o obrigou a delicada cirurgia. Faleceu no dia 1º de agosto de 1949, em um hospital do Rio de Janeiro. Trasladado para nossa cidade, foi sepultado no jazigo da família.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Seminário: fontes de pesquisa


     Queridos, abaixo estou publicando vários links para sites que tratam dos assuntos do nosso seminário. Não se esqueçam de consultar, pelo menos, três fontes para preparar a apresentação, está bem?
     Bom trabalho!

I- O consumismo e a produção de lixo.

II- Aquecimento global.
http://www.infoescola.com/aquecimento-global/ (são vários links com textos sobre o tema)

III- Desmatamento no Brasil.

IV- Espécies em extinção.

V- Água: bem de todos.

Texto de divulgação científica (produção)

     Olá! Escolhi um texto de cada turma para "embelezar" nosso site! ;)



Obesidade, problema que deve ser resolvido

     A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. A pessoa pode ser considerada obesa se o seu índice de massa corporal (IMC) estiver acima de trinta. O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado.
     Essa doença pode ser causada por comidas que viciam, falha no sistema de compensação neurológico e fatores genéticos. A obesidade pode desencadear uma série de doenças, como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, derrames cerebrais, reumatismo e alguns tipos de câncer. Devemos reverter o quadro da obesidade no país e no mundo para que a sociedade não desenvolva doenças crônicas e outros problemas relacionados à saúde física e psicológica.
     Para solucionar o problema da obesidade, devemos manter bons hábitos alimentares, praticar atividades físicas e, se necessário, recorrer a tratamentos médicos.
(Louise, Raissa e Vinícius, turma 801.)


Os perigos da obesidade

     Obesidade é quando a pessoa apresenta o índice de massa corpórea (IMC) superior a 30. A faixa entre 25 e 29,9 configura excesso de peso. As causas da obesidade podem ser, muitas vezes, a falta de tempo, que obriga as pessoas a comer em fast-foods, de modo que elas não tenham uma alimentação balanceada. O sedentarismo também é uma das causas, pois a pessoa consome alimentos “pesados” e não queima essa energia, que acaba sendo estocada em forma de gordura.
     A obesidade pode trazer grandes riscos à saúde. Essa doença pode causar infarto, derrames, entupimento de artérias, entre outros problemas que podem levar à morte. É uma das principais causas de mortalidade entre adultos.
     Existem múltiplas formas de evitar a obesidade, tais como uma alimentação balanceada, a prática de exercícios físicos, entre outros. Para quem já é obeso, uma boa forma de começar a perder peso é adotar uma alimentação saudável, praticar exercícios e consultar regularmente o médico.
(Guilherme, Gustavo e Matheus, turma 802.)


Vencendo a obesidade

     Segundo a ciência, obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de peso ocasionado por um grande acúmulo de gordura corporal. Uma pessoa é considerada obesa quando seu IMC (índice de massa corporal) é igual ou superior a 30.
     As causas da obesidade estão ligadas ao sedentarismo, aos fatores ambientais e genéticos, à história de vida familiar, aos problemas de saúde, a certos medicamentos, etc.
     Cerca de 50 milhões de pessoas deveriam perder peso para evitar consequências no aparelho cardiovascular, gastrintestinal, pulmonar, genital-urinário, além de complicações metabólicas e outras alterações. Os riscos físicos da obesidade são diabetes mellitus, problemas respiratórios, cardiovasculares, osteoarticulares, digestivos, entre outros.
     Dos brasileiros, 11,4% são obesos. Essas pessoas deveriam perder peso para evitar doenças como ataques cardíacos, derrames cerebrais, diabetes, etc. Assim elas teriam uma vida saudável e seu bem-estar garantido.
     Para solucionar o problema da obesidade, segundo a ciência, deve-se fazer uma reeducação alimentar, comendo alimentos com pouca gordura (frutas e outros alimentos saudáveis) e sempre respeitando a medida certa de comer.
(Jhenyfer, Mayara R. e Mayara T., turma 803.)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Texto de divulgação científica

     Meus queridos, separei alguns links onde vocês poderão encontrar textos tratando do assunto "obesidade", tema do trabalho com texto de divulgação científica que vocês terão de produzir na aula de 5ª feira (25/10). Sintam-se à vontade para escolher os artigos que acharem mais interessante. Aí vão eles:

     Reportagem "As várias causas da obesidade", da Revista Planeta (jan/2011): 

     Vários textos no site da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso): 

sábado, 22 de setembro de 2012

Encerramento do 3º bimestre

     Queridos alunos, acabei de encerrar a contagem dos pontos de participação neste 3º bimestre. Vocês podem continuar participando à vontade do blog, mas só contarei os pontinhos no 4º bimestre.

domingo, 16 de setembro de 2012

Resumos

     Dentre os pequenos resumos redigidos por vocês, escolhi um de cada livro lido neste bimestre. Vamos a eles:


Livro “Como Conquistar Essa Garota”, de Pedro Bandeira
     Rafael é um garoto tímido, magro, baixo, de sorriso tímido, e agora com a pele queimada de sol. Fica o tempo todo quieto, no canto, afastado, observando Maria Rita, que é sua amiga de infância. Ele é apaixonado por ela, mas eles se afastam. Estão numa praia de São Paulo, em um feriado prolongado, com umas quinze pessoas. Rafael fica sempre isolado, esperando-a falar com ele. Acha que ninguém nunca iria gostar dele – com tantos garotos bonitos, por que alguém se interessaria por ele?
     O narrador, angustiado com a história de Rafael, transforma-o num lindo rapaz, com o nome de Guilherme, que tenta conquistá-la. Mas ele descobre que ela é apaixonada por Rafael mesmo. Então, ele volta a ser o que era antes e eles ficam juntos.

(Márcia Portella, turma 803)


Livro “Crianças na Escuridão”, de Júlio Emílio Braz
     O livro Crianças na Escuridão conta sobre a vida de oito meninas que moravam na rua. A história começa quando Doca, a líder do grupo, encontra Rolinha, uma menina que foi abandonada pela mãe, e a leva para morar com as outras meninas: Maria Preta, Maria Branca, Batata, Pidona, Santinha e Pereba.
     Todas elas foram abandonadas muito pequenas e já sofreram demais nas ruas. Sustentam-se com a venda de papelões catados, esmolas e pequenos assaltos. Mas, com o passar dos anos, cada uma toma um rumo diferente, algumas delas sem poder escolher. Doca morre baleada por causa de um assalto que Rolinha fez, e esta, por sua vez, encontra sua mãe, o que tanto desejava, mas termina sua história na rua, sozinha. Somente ela e seu medo do mundo.

(Roberta Gravino, turma 801)

Livro “Quem me dera ser feliz”, de Júlio Emílio Braz
     Hamilton era um homem pobre que vivia com sua mulher, Sílvia, e seus dois filhos, Pedro e Berenice. Hamilton vivia procurando emprego. Já estava pensando em desistir, quando arranjou um, em uma banca de jornais, com um homem chamado Nando, sujeito que andava com um revólver no bolso. Uma noite sua banca foi arrombada. No dia seguinte, Nando deu uma conta, cobrando o prejuízo, e uma nova banca. No outro dia, outro arrombamento... Nando já estava desconfiando; foi então que um dos jornaleiros contou o que Nando fazia: ele arrombava as bancas e "roubava" as coisas.
     No outro dia, ele arrumou um emprego de camelô. Ganhou muito dinheiro com aquilo, mas tinha que pagar um "reconhecimento" para um tal de Ferreira. Ele estava com inveja, porque Hamilton estava ganhando muito dinheiro, e foi conversar com ele. Eles brigaram e Ferreira não foi mais cobrar o "reconhecimento". Alguns dias depois, apareceram alguns policiais e bateram em Hamilton.
     Quando ele se recuperou, fugiu de casa, mas voltou semanas depois, inclusive para o trabalho. Ferreira ficou confuso e foi falar com ele. Ferreira se irritou e foi embora. Um jornalista fotografou a discussão e, no dia seguinte, todos ficaram sabendo do “esquema” do policial.

(Bruno de Araújo Condack, turma 803)



Livro “Papai Não É Perfeito”, de Sonia Salerno Forfaz
     A história é do garoto Lucas, que não achava seu pai um herói. O pai do menino teve uma doença chamada trombose, que tirou seu movimento do lado esquerdo do corpo.
     Certo dia, Lucas estava na aula quando a professora Célia pediu aos alunos que fizessem um trabalho sobre os pais. Bruno, colega de classe, gabava-se, pois achava que seu pai era o melhor de todos, e disse a Lucas que seu pai era “parado”, fato que deixou Lucas pensativo e irritado.
     O menino descobriu, com o trabalho, que seu pai tinha uma história bonita de superação e descobriu que ele era um herói de verdade.

(Luís Felipe Ouverney, turma 801)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Publicidade

     Queridos alunos, estudamos muito neste bimestre as estratégias publicitárias. Eu desafiei-os a produzirem campanhas que "vendessem" determinadas ideias. A maioria dos trabalhos ficou excelente! Até colocamos os melhores no mural, não foi mesmo? Abaixo, publico as fotos dos murais; elas não ficaram muito boas, mas vale como uma forma de destacar seus trabalhos. ; )

Turma 801: campanha contra o bullying



Turma 802: campanha contra a sujeira na sala de aula


Turma 803: campanha contra a pichação


sábado, 1 de setembro de 2012

Texto didático


    Olá, alunos queridos!

    Todos vocês são bastante íntimos de um gênero muito comum nos livros escolares: o texto didático. A finalidade desse tipo de gênero é instruir, dar conhecimento, e está relacionado ao ensino das ciências, das artes, das línguas, etc. Suas principais características são: predomínio da linguagem denotativa, uso da variedade padrão formal, utilização de recursos e termos próprios de cada área – por exemplo, tabela periódica, em Química; conjugação verbal, em Língua Portuguesa; desenvolvimento de expressões numéricas, em Matemática; uso de termos como fotossíntese, enzimas e ecossistemas, em Ciências / Biologia; etc.

     Agora quero saber o que vocês pensam! De todos os textos didáticos que vocês leram neste ano, presentes em seus livros didáticos, quais foram os mais interessantes? A qual disciplina pertenciam e a que conteúdo se referiam? Por que os escolheram?

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mais um gênero textual

     Olá, queridos! Aproveitando que estamos em período de Olimpíadas, gostaria que vocês lessem, com atenção, o texto abaixo. Em seguida, respondam: a que GÊNERO TEXTUAL ele pertence?


     OLIMPÍADA s.f. Período de quatro anos decorrido entre a realização de dois Jogos Olímpicos (ou Olimpíadas) consecutivos, no sistema grego de divisão do tempo. - Este método de contar o tempo tornou-se comum por volta de 300 a.C. Todos os eventos eram datados a partir de 776 a.C., o início da primeira olimpíada conhecida.
     O começo do ano da olimpíada era determinado pela primeira lua cheia depois do solstício de verão, o dia mais longo do ano. Essa lua cheia ocorria por volta do dia 1º de julho. Desse modo, apenas os últimos seis meses do primeiro ano da 195ª olimpíada corresponderam ao primeiro ano depois de Cristo. Esse método de contagem do tempo foi abandonado por volta de 440 d.C., depois da 304ª olimpíada. As olimpíadas foram usadas como medida de tempo pelos últimos historiadores gregos e outros escritores para se referirem aos séculos precedentes, mas nunca estiveram em uso permanente como os meses e os anos. / - S.f.pl. Jogos Olímpicos modernos, competição esportiva internacional, retomada e realizada pela primeira vez em Atenas, em 1896, e que se repete de quatro em quatro anos.
(©2002 Enciclopédia Koogan-Houaiss Digital)


OBS.: Vejam uma orientação e algumas dicas que escrevi dentro dos comentários. ; )

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fechando o 2º bimestre

     Olá! Acabei de fechar os pontos de participação para este segundo bimestre. Gostei de ver os comentários!!! Aguardem agora o terceiro! Beijos.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Figuras de Linguagem

     Amores, este vídeo abaixo, do programa Comédia MTV, tem tudo a ver com o conteúdo que acabamos de estudar no colégio: figuras de linguagem. É um vídeo bem engraçado. Embora o foco seja a metáfora, é possível observar outras figuras. Alguém arriscaria me dizer, por exemplo, um caso de prosopopeia que aparece ali? 


domingo, 20 de maio de 2012

Literatura de cordel (2)



     Olá, queridos!
    Vi esse vídeo e me lembrei de vocês. Assistam e percebam como é uma mistura de dois gêneros: a literatura de cordel e a canção. É muito interessante. Serve para fazermos uma reflexão, principalmente a partir dos versos iniciais: "Duas coisas bem distintas, / uma é o preço, a outra é o valor. / Quem não entende a diferença / pouco saberá do amor, / da vida, da dor, da glória / e tampouco dessa história, / memória de cantador".

terça-feira, 1 de maio de 2012

Literatura de cordel


Encontro de Lampião com Kung Fu em Juazeiro do Norte
Autor: Abraão Batista
Meu leitor, meu amiguinho
Permita a imaginação
Desse encontro imaginário
De Kung Fu com Lampião
Na cidade de Juazeiro
De Padre Cícero Romão...

Pois bem, eu vou dizer
Como foi que aconteceu
Dizendo quem se feriu
Quem matou e quem morreu
Depois diga por aí
Quem contou isso foi eu

Mas se lembre esta história
É livre e imaginária
Vem do direito do poeta
Que tem na indumentária
Do infinito astucioso
Que não tem medo de pária

Lampião, todos conhecem
Mas não sabem interpretar
Só sabem falar mal dele
Porque não quiseram indagar
A causa que ele abraçou
E o que o forçou a matar

Se Lampião foi cangaceiro
Foi que o forçaram a matar
Ele era bom e justiceiro
Antes de o incriminar
Pois a justiça dos homens
Às vezes não sabe julgar


No entanto, o meu assunto
O que agora vou descrever
É de Lampião, o cangaceiro
Com Kung Fu do caratê
E se você não o conhece
Vai agora o conhecer


Eu já falei de Lampião
Que é um herói invisível
Nesse momento de Kung Fu
Que é um chinês invencível
Nas grandes lutas de morte
Sempre foi o imbatível


A China tem o seu herói
Que luta pela justiça
Aprendeu as leis dos monges
Que desprezam a vã cobiça
E desde pequeno, que ele
Teve escola sem malícia


Kung Fu desde pequeno
Ficou sozinho no mundo
E os monges do Himalaia
Não o quiseram um vagabundo
Acolheram-no no mosteiro
Ensinando-o todo segundo


Depois que Kung Fu cresceu
Saiu pelo mundo a fora
Procurando fazer justiça
O que sua cartilha decora
A perseguição e a cobiça
São coisas que mais deplora


Kung Fu fez uma promessa
Para no santo Juazeiro
Visitar padrinho Cícero
Que é santo por primeiro
Veio a pé, veio a cavalo
E de navio, como romeiro


Desembarcou em Fortaleza
Do Ceará, a capital
E o resto desse percurso
Fez a pé, e não fez mal
Porque ele é um atleta
Cuja força é sem igual


Lampião, por esse tempo
O mesmo ato resolveu
Só não sei onde estava
Se no inferno, ou no céu
Eu só sei que no mesmo dia
Por aqui, apareceu


E no túmulo do "meu padrinho"
Os dois valentes se encontraram
Parecendo, no mesmo instante
Ao mesmo tempo, se ajoelharam
Quando nos ares, os seus olhares
Como relâmpagos se entrechocaram


Lampião olhou esquivo
Para Kung Fu, e indagou
Onde moras, ó meu irmão?
E Kung Fu lhe afirmou:
— Sou habitante desse mundo
E com capricho suspirou


Os dois se levantaram
E saíram pela igreja
Mas, por fora no patamar
Tinha um soldado com inveja
E gritou para Lampião:
— Tu não perdeste a peleja


Lampião não quis conversar
Depressa meteu-lhe a faca
Dando um só golpe certeiro
E inteiro, cortou-lhe a maca
Que o soldado caiu rolando
Gritando como macaca


Kung Fu vendo aquilo
Deu um pulo para trás
E Lampião na bruta calma
Sem perder o seu cartaz
Limpou a faca e guardou
No seu gesto costumaz


Kung Fu disse assim:
— Que é isso, Lampião?
És homem ou assassino
Que ignoras o teu irmão!
Mas Lampião respondeu:
— Tudo isso é ilusão


Kung Fu vendo aquilo
Depressa se indignou
Com força pra Lampião
Num tom grave assim falou:
— Procedimento igual a esse
Nesse momento terminou!


Lampião sorriu pra ele
E com um punhal na mão
Despalitou a dentadura
Pra depois cuspir no chão
Respondendo pra Kung Fu:
— És atrevido, tenho impressão


Kung Fu ouvindo isso
Parece que não gostou
Fez um gesto de caratê
Que Lampião lhe apontou
Disparando duma só vez
Seis descargas mas não acertou

Kung Fu tem uma espada
De aço, bem temperado
E livrou-se daquelas balas
De um golpe inesperado
Cortando as balas no meio
Pois quem viu ficou assombrado


Kung Fu de um só pulo
Do fuzil, o cano entortou
Com um golpe dado com a mão
A cem metros do arremessou
E quem quiser vá ao museu
Para ver como ficou


Lampião disse: — Oxente
Quem já se viu coisa assim
Mas Kung Fu de repente
Malhou seu espadachim
E Lampião pulou gritando:
— Hoje tudo está pra mim


Com uma espada grande
Kung Fu nele malhou
Lampião com uma peixeira
Seus planos atrapalhou
Mas Kung Fu com sua espada
A peixeira dele cortou


Lampião: — Virgem Maria
Que espada desgraçada!
E do meio da cintura
Puxou a faca lombada
E partindo desse momento
Teve a briga recomeçada


Quando a espada de Kung Fu
Batia na faca de Lampião
Com quarenta léguas se via
Aquele enorme clarão
Que o povo de Pernambuco
Pensou que era ilusão


Kung Fu roçava a espada
Lampião se defendia
Com uma faca lombada
Cortando de travessia
E os golpes daquelas armas
De longe a gente ouvia


Se Lampião saltava alto
Kung Fu também saltava
Naquela briga feroz
O fogo azul que faiscava
Tinha um brilho tão grande
Que o dia ofuscava


Kung Fu deu um pulo alto
Para confundir Lampião
Mas ele fez um rodízio
Rodando que nem pião
Que Kung Fu quando baixou
Quase que perdia a mão


Para se livrar um do outro
Pulavam mais do que bode
Corriam mais do que ema
Que a areia com os pés sacode
Mas aquilo para eles dois
Era gostoso como um pagode


Nessa luta eles passaram
Sem dormir sem descansar
Sete noites e sete dias
É o que posso lhe contar
Suavam como chaleiras
Mas não queriam se entregar


Um olhava para o outro
Reconhecendo do seu valor
Mas a vontade de brigar
Ardia com mais calor
E a luta recomeçava
Com outro novo sabor


Duma faísca da espada
Com aquele grande punhal
Provocou enorme incêndio
Em cem tarefas de canavial
Chamando logo a atenção
De Kung Fu e seu rival


Lampião disse assim:
Kung Fu, você está vendo
Esse fogo no vegetal
Que por nós está ardendo
É algo que a natureza
Para nós está dizendo


Kung Fu disse: — Falou!
A guerra não tem sentido
O homem brigar com o homem
Me causa dor no ouvido
As conquistas e os massacres
São atos de tempo ido


Neste momento Kung Fu
E Lampião se abraçaram
Dando fim a um duelo
Que sem morrer terminaram
E eu peço aos meus leitores
Mil desculpas se não gostaram.


     Queridos alunos, esse texto pertence ao gênero literatura de cordel, muito comum na região Nordeste de nosso país. Gostaria que vocês apontassem algumas características desse gênero, além, é claro, de dizer o que acharam do texto.