Encontro de Lampião com Kung Fu em Juazeiro do
Norte
Autor: Abraão
Batista
Meu leitor,
meu amiguinho
Permita a
imaginação
Desse
encontro imaginário
De Kung Fu
com Lampião
Na cidade de
Juazeiro
De Padre
Cícero Romão...
Pois bem, eu
vou dizer
Como foi que
aconteceu
Dizendo quem
se feriu
Quem matou e
quem morreu
Depois diga
por aí
Quem contou
isso foi eu
Mas se lembre
esta história
É livre e
imaginária
Vem do
direito do poeta
Que tem na
indumentária
Do infinito
astucioso
Que não tem
medo de pária
Lampião,
todos conhecem
Mas não sabem
interpretar
Só sabem
falar mal dele
Porque não
quiseram indagar
A causa que
ele abraçou
E o que o
forçou a matar
Se Lampião
foi cangaceiro
Foi que o
forçaram a matar
Ele era bom e
justiceiro
Antes de o
incriminar
Pois a
justiça dos homens
Às vezes não
sabe julgar
No entanto, o
meu assunto
O que agora
vou descrever
É de Lampião,
o cangaceiro
Com Kung Fu
do caratê
E se você não
o conhece
Vai agora o
conhecer
Eu já falei
de Lampião
Que é um
herói invisível
Nesse momento
de Kung Fu
Que é um
chinês invencível
Nas grandes
lutas de morte
Sempre foi o
imbatível
A China tem o
seu herói
Que luta pela
justiça
Aprendeu as
leis dos monges
Que desprezam
a vã cobiça
E desde
pequeno, que ele
Teve escola
sem malícia
Kung Fu desde
pequeno
Ficou sozinho
no mundo
E os monges
do Himalaia
Não o
quiseram um vagabundo
Acolheram-no
no mosteiro
Ensinando-o
todo segundo
Depois que
Kung Fu cresceu
Saiu pelo
mundo a fora
Procurando
fazer justiça
O que sua
cartilha decora
A perseguição
e a cobiça
São coisas
que mais deplora
Kung Fu fez
uma promessa
Para no santo
Juazeiro
Visitar
padrinho Cícero
Que é santo
por primeiro
Veio a pé,
veio a cavalo
E de navio,
como romeiro
Desembarcou
em Fortaleza
Do Ceará, a
capital
E o resto
desse percurso
Fez a pé, e
não fez mal
Porque ele é
um atleta
Cuja força é
sem igual
Lampião, por
esse tempo
O mesmo ato
resolveu
Só não sei
onde estava
Se no
inferno, ou no céu
Eu só sei que
no mesmo dia
Por aqui,
apareceu
E no túmulo
do "meu padrinho"
Os dois
valentes se encontraram
Parecendo, no
mesmo instante
Ao mesmo
tempo, se ajoelharam
Quando nos
ares, os seus olhares
Como
relâmpagos se entrechocaram
Lampião olhou
esquivo
Para Kung Fu,
e indagou
Onde moras, ó
meu irmão?
E Kung Fu lhe
afirmou:
— Sou
habitante desse mundo
E com
capricho suspirou
Os dois se
levantaram
E saíram pela
igreja
Mas, por fora
no patamar
Tinha um
soldado com inveja
E gritou para
Lampião:
— Tu não perdeste
a peleja
Lampião não
quis conversar
Depressa
meteu-lhe a faca
Dando um só
golpe certeiro
E inteiro,
cortou-lhe a maca
Que o soldado
caiu rolando
Gritando como
macaca
Kung Fu vendo
aquilo
Deu um pulo
para trás
E Lampião na
bruta calma
Sem perder o
seu cartaz
Limpou a faca
e guardou
No seu gesto
costumaz
Kung Fu disse
assim:
— Que é isso,
Lampião?
És homem ou
assassino
Que ignoras o
teu irmão!
Mas Lampião
respondeu:
— Tudo isso é
ilusão
Kung Fu vendo
aquilo
Depressa se
indignou
Com força pra
Lampião
Num tom grave
assim falou:
—
Procedimento igual a esse
Nesse momento
terminou!
Lampião
sorriu pra ele
E com um
punhal na mão
Despalitou a
dentadura
Pra depois
cuspir no chão
Respondendo
pra Kung Fu:
— És
atrevido, tenho impressão
Kung Fu
ouvindo isso
Parece que
não gostou
Fez um gesto
de caratê
Que Lampião
lhe apontou
Disparando
duma só vez
Seis
descargas mas não acertou
Kung Fu tem
uma espada
De aço, bem
temperado
E livrou-se
daquelas balas
De um golpe
inesperado
Cortando as balas
no meio
Pois quem viu
ficou assombrado
Kung Fu de um
só pulo
Do fuzil, o
cano entortou
Com um golpe
dado com a mão
A cem metros
do arremessou
E quem quiser
vá ao museu
Para ver como
ficou
Lampião
disse: — Oxente
Quem já se
viu coisa assim
Mas Kung Fu
de repente
Malhou seu
espadachim
E Lampião
pulou gritando:
— Hoje tudo
está pra mim
Com uma
espada grande
Kung Fu nele
malhou
Lampião com
uma peixeira
Seus planos
atrapalhou
Mas Kung Fu
com sua espada
A peixeira
dele cortou
Lampião: —
Virgem Maria
Que espada
desgraçada!
E do meio da
cintura
Puxou a faca
lombada
E partindo
desse momento
Teve a briga
recomeçada
Quando a
espada de Kung Fu
Batia na faca
de Lampião
Com quarenta
léguas se via
Aquele enorme
clarão
Que o povo de
Pernambuco
Pensou que
era ilusão
Kung Fu
roçava a espada
Lampião se
defendia
Com uma faca
lombada
Cortando de
travessia
E os golpes
daquelas armas
De longe a
gente ouvia
Se Lampião
saltava alto
Kung Fu
também saltava
Naquela briga
feroz
O fogo azul
que faiscava
Tinha um
brilho tão grande
Que o dia
ofuscava
Kung Fu deu
um pulo alto
Para
confundir Lampião
Mas ele fez
um rodízio
Rodando que
nem pião
Que Kung Fu
quando baixou
Quase que
perdia a mão
Para se
livrar um do outro
Pulavam mais
do que bode
Corriam mais
do que ema
Que a areia
com os pés sacode
Mas aquilo
para eles dois
Era gostoso
como um pagode
Nessa luta
eles passaram
Sem dormir
sem descansar
Sete noites e
sete dias
É o que posso
lhe contar
Suavam como
chaleiras
Mas não
queriam se entregar
Um olhava
para o outro
Reconhecendo
do seu valor
Mas a vontade
de brigar
Ardia com
mais calor
E a luta
recomeçava
Com outro
novo sabor
Duma faísca
da espada
Com aquele
grande punhal
Provocou
enorme incêndio
Em cem tarefas
de canavial
Chamando logo
a atenção
De Kung Fu e
seu rival
Lampião disse
assim:
Kung Fu, você
está vendo
Esse fogo no
vegetal
Que por nós
está ardendo
É algo que a
natureza
Para nós está
dizendo
Kung Fu
disse: — Falou!
A guerra não
tem sentido
O homem
brigar com o homem
Me causa dor
no ouvido
As conquistas
e os massacres
São atos de
tempo ido
Neste momento
Kung Fu
E Lampião se
abraçaram
Dando fim a
um duelo
Que sem
morrer terminaram
E eu peço aos
meus leitores
Mil desculpas se não gostaram.
Queridos alunos, esse texto pertence ao gênero literatura de cordel, muito comum na região Nordeste de nosso país. Gostaria que vocês apontassem algumas características desse gênero, além, é claro, de dizer o que acharam do texto.
Bom...nós mesmos lendo a gente consegui imaginar que já está em sotaque nordestino,as imagens que vc mostrou parecem cangaceiros e como eu nao sou bom nisso vou encerrar com uma coisa
ResponderExcluirsol,lá,si..
Kaio 802
Com base na nossa leitura da para perceber que o sotaque utilizado é nordestino.O gênero textual utilizado e tipico
ResponderExcluirdo sertão do nordeste;O texto e muito bom pois reflete muito bem a vida no sertão do nordeste!
Guilherme Pereira 802
Eu já li esses tipos de poesias eu gosto muito porque além de contar historias os cordéis mostram fatos q possivelmente aconteceram, e eu nao sei oq dizer mais sobre isso entaum por hoje é só pessoal!! KKKKKKKKKKK
ResponderExcluirNa minha opinião cordéis são poemas que possuem certo ritmo e uma linguagem regional,onde procura contar histórias.Eu achei muito legal,pois além de nós divertir,conhecemos mais sobre a cultura.
ResponderExcluirRaissa
801
Camila Fernandes
ResponderExcluir802
Eu gostei muito do texto achei muito interessante,dá para perceber que o sotaque do texto é nordestino, as imagens mostram os cangaceiros!
Olá, amores! Estou gostando de ver a participação de vocês no blog! Os comentários estão bem adequados, mas cuidado: "sotaque" tem relação com a linguagem falada; em textos escritos, falamos em variedade (ou variante) linguística. Beijos
ResponderExcluirUma característica foi o que Lampião disse:Oxente,que é uma palavra muito usada no Nordeste.Eu achei o texto bem interessante porque no desfecho dele,os dois percebem que brigas,guerras não servem para nada,que são coisas erradas.Eu gostei de imaginar como seria a batalha.
ResponderExcluirGabriel Ouverney
801
Gostei do texto.A gente percebe, q o texto do cordel é diferente dos textos q somos acostumados a ler.A linguagem é bem diferente,o sotaque é bem nordestino e a imagem mostra os temidos cangaceiros!
ResponderExcluirOxente, Taynara! "Sotaque"?!? Não leu o que escrevi acima, menina?
ResponderExcluirEu achei o o cordel mtoo interressante , pois fala q não devemos brigar pq isso não leva a lugar nenhum.Eu percebi tbm q a variedade linguistica e bem nordestina e percebi q as palavras rimam umas com as outras .
ResponderExcluirKésia Cavalier Rodrigues - 801
gostei muito do texto pois as palavras do texto rimam com as outras porem o sota que do texto é nordestino pela figura e etc...
ResponderExcluirmoises silva fernandes 802
Curti o poema . Além de nos dar uma lição de moral , de nos divertir, mostra a linguagem de certa região e nos ensina sua cultura . Muito bom !
ResponderExcluirAi, ai... essa história de "sotaque" novamente...
ResponderExcluirSalvem o professor brasileiro!!! rsrs
muito legal o poema porque me fez imaginar guerras me diverti muito lendo!
ResponderExcluiro poema e muito legal a historia muito interessante e divertida de ler
ResponderExcluirEu acho que uma das características desse genero literário é que ele é escrito frequentemente na forma rimada.Gostei muito desse texto,ele é super legal.
ResponderExcluirAdorei , me diverti com o texto e adorei as rimas , também aprendi que brigar não leva em nada.
ResponderExcluirAndrew Thurler, 801
A variedade linguística é bem informal , com palavras típicas do Nordeste (ex. Oxente), e as rimas em cada uma das estrofes . Eu gostei do texto , porque além de mostrar as culturas diferentes, mostrou que brigas ou discussões não levam a nada. ((:
ResponderExcluirComo o Gabriel disse , gostei de imaginar como seria essa batalha , rs .
Oxente (de novo)! Dois comentários sem autor! Apareçam, por favor!
ResponderExcluirO poema está muito legal pois, vi que a variedade linguistica está bem nordestina e vi que as palavras rimam uma com a outra.E além disso aprendi bastante coisa como brigar n leva a nada.
ResponderExcluirgabriel maurer
803
a liguagem é padrao informal , as palavras rimao ,a estrutura do texto é interesante bem chamativo etc
ResponderExcluirjoao vitor la luz 802
muito legal o texto as palavas rimao com as outras bem interessantes mas a lingugem pra min é padrao informal pois o texto apresenta palavras assim: Oxente etc
ResponderExcluiryuri klein 802
Gostei muito do texto nós faz rir e refletir, uma nova variedade de modo de falar como no Nordeste mesmo, gostei mesmo muito booom e um a beijo a você Professora!
ResponderExcluirGabrielle Marretto 802
adorei professora o texto bem interessante tambem percebi que a variedade linguistica está bem nordestina .
ResponderExcluirlucas 802
Eu ameeeei esse texto, e acho q a característica foi Lapião falar: oxente. é uma expreção mtoooo susada no nordeste! :P
ResponderExcluirgostei muito é muito engraçado e divertido de ler
ResponderExcluirDaniela 803
Ameeeeeeeei o texto,acho que uma das características é o sotaque!
ResponderExcluirMarília Damas
801
Muito legal...um típico texto de ação...estava curioso por quem iria ganhar.Mas o final ficou bem legal
ResponderExcluirEu achei muito legal esse texto e também percebi o jeito nordestino de falar
ResponderExcluirJoão Victor Cardinot
802
Gostei muito desse texto , achei uma forma legal de mostrar que a briga não nos leva a nada . E também mostra a cultura e o jeito do povo nordestino falar , achei muitooo bom ... HAHA ((:
ResponderExcluirAndressa Teixeira - 801 .
gostei mt,apesar do modo de falar...enfim,mt estranho e legal kk''
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